Maria Madalena conta sua história com Jesus
Artigo de Moacir Sader
A história a seguir, um presente que eu recebi, obtida via canalização, foi contada pela própria Maria Madalena. Em verdade, um presente para todos, neste tempo em que muitas mensagens começam a brotar de várias fontes, tudo com a finalidade do grande salto quântico – muito próximo - da Terra e das Pessoas. Eis o que ela falou sobre a sua ligação com Jesus, naquele momento histórico para a humanidade:
“Naquele dia eu acordei bem disposta. Todos os dias minha irmã mais velha tinha a incumbência de buscar o leite. Como me sentia bem, ofereci-me à minha mãe para buscar o leite. Com a sua concordância, eu fui. Estando no caminho, passei por um local onde um carpinteiro e seu filho, um rapaz bonito e sorridente, talhavam cadeiras. Quando o vi pela primeira vez, o meu coração disparou e acho que, também, o dele, dada a reação instantânea que teve. Parou tudo que estava fazendo para me olhar. Fiquei perturbada com o seu olhar e, ao mesmo tempo, gostei.
Minha mãe, então, incumbiu-me de, regularmente, ir buscar o leite. Eu sempre ficava constrangida, porque aquele rapaz ficava olhando para mim todas as vezes que eu passava por lá. Mais tarde, descobri que ele era amigo de meu irmão mais velho. Eles davam-se tão bem que eram como dois irmãos: Lázaro e Jesus. O nome de meu irmão era Lázaro e daquele rapaz Jesus.
Em pouco tempo Jesus passou a frequentar a minha casa. Ele me olhava de um jeito como se me conhecesse há muito tempo. Minha irmã mais velha, Marta, interessou-se por ele. Eu, muito nova, pensava apenas em brincar com nossas cabras. Algumas eram de cor preta, mas, eram poucas e davam pouco leite, por isso buscávamos em outro lugar, pois, éramos cinco: meu pai (egípcio), minha mãe (da tribo de Benjamim), minha irmã, meu irmão e eu. Minha irmã e meu irmão viviam brigando. Eu, porém, dava-me bem com os dois. Lázaro era tão querido!
Um dia, Jesus e seu pai vieram à minha casa para pedir a mão de alguém em casamento. Minha irmã queria que fosse a dela, no entanto, era a minha que Jesus queria e deixou isso muito bem claro, pois, tão novo, já sabia o que queria da vida. Entretanto, minha irmã não queria que eu me casasse antes dela, razão pela qual me pediu para rejeitar o casamento. Ela alegou, como chantagem, que se eu a amasse não aceitaria o pedido. Então, eu não aceitei o pedido, o que fez com que Jesus ficasse bravo comigo. A partir de então, não mais me cumprimentava e nem me dirigia a palavra. Com aquela situação, fui ficando cada vez mais triste, até que um dia Lázaro me pegou chorando. Acabei contando tudo. Não tardou, Lázaro revelou o acontecido a Jesus. Acabei pegando Lázaro falando tudo a Ele, embora tivesse pedido segredo, mas, o meu irmão, com o seu especial espírito de justiça e carinho por mim, não ficaria mesmo quieto.
No dia seguinte, Jesus, seu pai e sua mãe foram à minha casa para, novamente, pedir-me em casamento visto que, naquele momento, todos sabiam o que Marta fizera. Naquele instante, minha mãe concedeu a minha mão a Jesus. Quando me chamaram à sala, já estava tudo devidamente acertado e eu aceitei.
Jesus precisava de uma esposa. Ele iria estudar por alguns anos para se tornar um mestre e, como todo mestre precisava de uma esposa, eu estaria com idade para me casar quando ele completasse os seus estudos. Ele me escolhera porque eu sempre fui o seu complemento divino, certeza que teve desde o momento que me viu pela primeira vez, quando me reconheceu, visto que a minha encarnação foi exatamente para ser sua esposa na Terra. Então, o meu noivo foi estudar longe para aprimorar mais seus conhecimentos. Ainda que fosse dotado de extrema inteligência, queria ampliar ainda mais a sua sabedoria e eu o esperei.
Nesse ínterim, minha irmã e meu irmão casaram. Eu, já me tornando uma mulher, estava muito ansiosa pelo retorno de meu noivo.
Quando meu noivo – Jesus – voltou, já era um mestre. ‘MEU RABI’, assim eu o chamava. Arrumei-me para encontrá-lo. Ele aguardava-me na sala, juntamente com as nossas mães (a minha e a dele). Quando cheguei, deparei-me com um homem tão bonito, de cabelos até a altura do ombro e com barba no rosto. Ele usava o cabelo longo e a barba porque agora ele era um Mestre, um Rabi. Tinha o desejo de agradá-lo ao me olhar, como me agradei ao vê-lo. Naquele instante, tive a certeza que eu o amava há muito tempo porque, antes de Ele voltar, havia um rapaz que morava no vilarejo, que sempre insistia para eu deixar de esperar Jesus e me casar com ele. Porém, eu nunca aceitei a proposta. Estava convicta de que tinha que esperar pelo meu amado. Valeu a pena aguardar...
Então, Jesus e eu nos casamos. Foi uma cerimônia simples e linda, ao lado de um poço. Jesus era só sorriso. Fomos morar em nossa casa construída por Ele. Ela era simples, mas, cheia de amor. Nosso casamento foi tranquilo, nunca brigávamos. Ele trabalhava todas as manhãs com seu pai em sua carpintaria. Era um carpinteiro excelente. Às tardes dedicava-se em cumprir a sua missão. Eu cuidava dos afazeres da casa, adorava agradar o meu marido. Adorava acompanhá-lo em sua missão e poder ouvir o que Ele ensinava. Por ser um homem tão sábio, todos o ouviam atentamente e o respeitavam: meu "Rabi". A felicidade para mim era Jesus e Ele, também, pensava o mesmo de mim.
Jesus era um ótimo profissional. Fazia móveis como ninguém. Por isso, vivíamos bem. Ele nunca deixava faltar nada, administrava bem as suas finanças. Sua mãe vinha sempre visitar-nos, já estando, naquele tempo, viúva. Ela começava a falar de netos, dizia, estar na hora de termos filhos. Eu sabia que se tivéssemos filhos, não poderia mais acompanhá-lo nas suas pregações. Conseguia ervas de uma mulher, ervas abortivas que faziam com que eu não engravidasse. Arrependo-me disso. Jesus nunca me cobrava um filho, as outras pessoas sim. Por alguns anos consegui não engravidar.
Um dia eu e meu marido voltávamos para casa, quando surgiu um homem que sempre me assediava durante as ausências de Jesus, para estudar. Por inúmeras vezes, este homem incomodava a mim e ao meu marido com comentários desrespeitosos e eu sempre me punha a acalmar o meu marido, evitando que Ele se descontrolasse. Um dia, contudo, Jesus não aguentou tanta provocação e acabou dando uma surra nele. Eu gostei da atitude de meu marido. Acho que isso fez com que aquele homem não esquecesse a surra que levou. Por isso, durante algum tempo não nos incomodou.
Certo dia, Jesus disse-me que a sua missão tinha que ir além do vilarejo. Havia necessidade de propagar em outros lugares, sendo esta a vontade de seu Pai. Para tanto, Ele precisava ir embora e me deixaria, uma vez que iria viver de vila em vila, de lugar em lugar. Depois disso, morreria e cumpriria a sua missão aqui na Terra. Eu chorei tanto naquele dia. Eu estava em seu colo e Ele me consolava, dizia que seus pensamentos sempre estariam em mim e que eu sempre teria o que comer. Nunca me faltaria nada, porque tinha guardado o suficiente para mim e sua mãe vivermos com dignidade e conforto. Isso não era nada para mim, não era o que me importava. Eu queria estar sempre ao lado Dele, queria ir junto, mas, não podia: primeiro porque eu era uma mulher e Ele viveria peregrinamente, não sendo uma vida apropriada para uma mulher, ainda mais que as peregrinações lhe privariam de várias coisas e certamente gerariam inúmeras dificuldades; segundo, não queria que eu passasse por essa situação de desconforto, ainda mais agora que eu estava grávida Dele, de nosso primeiro filho. Portanto, não me restou nada a não ser aceitar a condição de viver sem Ele.
Ele foi numa manhã. Fechou o seu estabelecimento, onde fabricava lindos móveis, por ser extraordinário carpinteiro. Eu procurei encher sua bolsa com muitas frutas, alimentos, pão. Sempre me preocupei com sua alimentação, para que fosse forte e nutrido. A despedida foi muito difícil. Eu não conseguia aceitar, mas, sabia que Ele estava cumprindo as ordens de seu Pai e, cada vez, mais eu o admirava. Eu estava grávida. Isso mantinha minhas esperanças de que um dia voltaria para o nosso lar.
Eu sempre ia fazer compras para casa e as pessoas começavam a comentar que eu tinha sido largada pelo marido. Isso me machucava muito, mas, eu mantinha-me firme. Aquele homem que sempre atormentou a mim e Jesus começou a aproximar-se de mim, porém, eu não queria conversa com ele. De tanto insistir, ofereceu-se para levar apenas as minhas sacolas, dizendo que seria somente meu amigo e que eu não precisava ter medo. Eu pensei: ‘que bom que ele entendeu que só poderia haver amizade entre mim e ele, porque quem eu amava era Jesus’ e, além disso, eu era casada e não uma viúva. Jesus nunca me largou. Só foi cumprir o prometido, que lhe custaria a sua vida, e Ele não queria que eu estivesse junto para ver esse sofrimento.
Um dia o tal homem me pediu um copo de água em frente à minha casa, na porta. Eu, como já o considerava uma pessoa amiga, disse que poderia entrar. Eu não iria deixá-lo esperando na porta, seria tão deselegante de minha parte para com quem havia se mostrado uma pessoa respeitosa e bondosa. Foi um grave equívoco. Repentinamente, ele sacou um punhal de sua bolsa e colocou no meu pescoço e disse para eu ser obediente se não ele me mataria. Ele me estuprou. Chorei. Pensei que deveria ter deixado matar-me, sem jamais tocar em mim, mas, eu tinha o bebê de Jesus em meu ventre.
Após aquela violência, eu tive hemorragia e perdi meu bebê. Entrei em desespero. Depois, aquele monstro inventou para o vilarejo que eu o tinha seduzido. Ele temia que eu relatasse o verdadeiro acontecimento porque, se eu o fizesse, ele seria punido devido às leis de Moisés. Ele foi esperto e me caluniou primeiro, contando a sua versão e todos acreditaram nele. Não quiseram saber a verdade dos fatos. Como eu era uma mulher, não me quiseram ouvir. Ameaçaram-me com o apedrejamento. Antes, contudo, iriam levar-me ao meu marido Jesus para que Ele me julgasse.
Eu fugi e fui procurar Jesus. Eu precisava Dele, sentia-me só e desprotegida. Após longa caminhada, encontrei-o. Estava em outro vilarejo. Achei estranho: Ele estava na companhia de alguns homens e eles pareciam muito amigos. Nesse meio tempo, uma pessoa da vila em que eu morava me reconheceu e me levou até Jesus para eu ser julgada pelo meu suposto pecado. Pensei: vou morrer apedrejada. Ninguém naquela época acreditava nas palavras de uma mulher. Para piorar, seriam palavras de uma mulher contra as de um homem. Só de pensar que Jesus pudesse desconfiar do meu amor e de minha fidelidade por Ele, já foi a morte para mim.
Jesus me olhou, ficou triste. Eu vi o sofrimento em seu olhar. Ele manteve-se firme e disse: Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra. Neste momento, todos os que lá estavam – um a um – foram embora. Eu sofri tanto com isso. Jesus disse para eu ir e não pecar mais. Eu decidi: não iria mais embora, sabia que Ele me amava tal como eu o amava. Assim, fui onde eles estavam (Jesus e seus discípulos) e ungi a Ele com óleo perfumado, como eu sempre fazia Nele, em agradecimento de seu amor e em nossa intimidade. Os discípulos não gostaram do que eu fiz, porque isso era um insulto. Não sabiam que Jesus e eu éramos casados. Podiam desconfiar pelo julgamento que Jesus tivera que realizar, decidindo o meu destino. Estavam furiosos comigo, já que entendiam que eu era uma adúltera. Ninguém quis ouvir-me, nem mesmo Jesus. Eu fiquei intensamente magoada. Ele poderia ter ouvido minhas explicações.
Eu sempre ia onde meu marido estava. Via-me e reagia com indiferença. Isso partia o meu coração e, em minha alma, sentia-me triste, sozinha, abandonada. Pela primeira vez esse sentimento começou a tomar conta de mim. Sentia-me humilhada porque ninguém queria ouvir-me. Por esse motivo, decidi ir para a casa de meu irmão Lazaro. Sei que me receberia de braços abertos. Ele ficara viúvo e minha irmã estava cuidando dele, porque estava adoecido. Recebeu-me, mas não de braços abertos. Disse que eu poderia morar com ele, sem, contudo, dirigir-me a ele por me julgar uma adúltera. Não quis ouvir a verdadeira versão dos fatos. Acreditou nos boatos. Acho que isso contribuiu para adoecer mais rapidamente, por sua tristeza. Eu tentava explicar, mas, era tudo em vão. Cada vez mais doente, minha irmã cuidava para que ele tivesse uma morte digna. Minha esperança era Jesus. Eu ficara sabendo de seus milagres e pensava: quem sabe Ele cuidaria de Lázaro, também! Ele amava-o como um irmão. Mandei-lhe um recado para que viesse urgente ver Lázaro. Antes disso, meu irmão faleceu. Previamente, porém, o meu irmão pediu-me perdão por não ter acreditado em mim. Foi o dia mais triste de nossas vidas, minha e de Marta. Ele sofreu para morrer. A casa estava cheia de pessoas. Todos gostavam muito de Lázaro. Em vida ele tinha sido uma pessoa muito bondosa para com todos. Quando sua amada esposa morreu, ele adoeceu de tristeza.
Passados quatro dias do falecimento de Lázaro, eu estava na sala, tinha bastante gente. Marta entrou e falou ao meu ouvido que Jesus tinha chegado e pediu para chamar-me. Fui ao seu encontro. Quando me viu, Jesus veio ao meu encontro. Tão magoada, neguei-lhe meu abraço. Ele queria muito abraçar-me. Sentou-se embaixo de uma árvore e chorou. Doeu-me vê-lo daquele jeito. A minha vontade era ir correndo para os braços Dele, mas, eu estava magoada, porque tantas vezes tentei explicar e Ele não quis me ouvir. Eu lhe disse que se tivesse vindo antes, Lázaro estaria vivo. Eu tinha e tenho fé em meu marido Jesus. Para a minha surpresa, Jesus pediu para que removessem a pedra do sepulcro em que estava o corpo de Lázaro e o ressuscitou. Sim, para minha alegria, Lázaro vivia novamente graças a Jesus.
Lázaro mandou preparar um banquete para Jesus e seus amigos que o acompanhavam, aqueles homens que Jesus ensinava para que um dia continuassem sua missão. Seguiu-se o banquete. Todos estavam muito felizes. Eu peguei meu óleo mais perfumado e fui lavar os pés de Jesus, o meu marido. O que teria de mal em lavar os pés Dele já que éramos marido e mulher? Ele merecia muito mais do que isso: todo o meu amor e devoção.
Marta ficou furiosa comigo, alias todos que ali estavam ficaram furiosos comigo. Xingaram-me, pois, o cheiro exalou todo no ar. Comecei a chorar. As lágrimas caíram nos pés de Jesus na hora. Eu não tinha nenhum pano para enxugar as lágrimas. Então, limpei os pés dele com os meus cabelos que eram muito compridos e continuei lavando seus pés com o óleo. Beijei seus pés. Tudo ali havia sido esquecido. Não me importava se Ele algum dia iria querer minha explicação, se voltaria a conversar comigo ou se iria querer-me de volta.
Para o meu espanto, Jesus adorou o que eu fiz. Conversamos e eu expliquei todo o ocorrido e Ele acreditou em mim. Enfim, éramos novamente Jesus e Maria Madalena. Todos me chamavam de Madalena. Jesus, às vezes, chamava-me de Maria, às vezes de Madalena e às vezes de minha Mariam. Eu chamava-o de meu Rabi.
Jesus reuniu todos os Apóstolos e contou que eu era a sua esposa, mulher e companheira antes de sua missão e continuava sendo sua esposa e para sempre o seria. Alguns não gostaram de eu fazer parte das jornadas de Jesus. De outros me tornei amiga, como João, sempre amável e doce. Chamávamo-nos de irmãos, tornamo-nos amigos para sempre. Eu adorava ver meu marido pregar sua palavra. Era tão carismático que encantava a todos. Multidões o escutavam. Eu ficava admirada com isso tudo. Jesus não queria que eu participasse de algumas jornadas, embora eu adorasse participar. Ficava num canto, bem quietinha e escutando: a última palavra era sempre de meu marido. Eu ficava, por vezes, com Maria, sua mãe, a qual eu, também, a chamava de mãe. Aliás, todos a chamavam de mãe, porque ela era como uma mãe para todos nós, sempre nos apoiando em tudo. Minha sogra era como uma mãe para mim.
Multidões eram atraídas por Jesus. Todos o chamavam de Mestre e eu ficava tão orgulhosa Dele. Houve uma noite em que Jesus reuniu todos os apóstolos (somente os homens). Mais tarde fiquei sabendo, através de João, que Jesus tinha sido preso. Entrei em desespero. Meu marido era um homem bom, por quê? Sempre me perguntava por quê? Foram os dias mais difíceis de minha vida, ainda mais agora que eu e Jesus íamos ter um bebê, por quê?
Eles queriam que Jesus renunciasse ao Pai Dele e que não dissesse que era o filho de Deus e rei no reino de seu Pai, Deus. Pedi para Ele dizer o que eles queriam ouvir, afinal, eu queria meu marido vivo. Jesus estava irredutível, jamais renunciaria ao seu Pai. Eu chorei tanto. Jesus pediu para os Apóstolos e Maria para que cuidassem de mim, porque os romanos não podiam descobrir que eu era sua esposa e que eu esperava um filho seu, porque me matariam ainda grávida. Jesus foi condenado e, automaticamente, também, a esposa e filho.
Chorei tanto quando soube que sua morte seria numa cruz, porque crucificação era punição para assassinos, marginais. Jesus não merecia isso. Foram os dias mais tristes de minha vida. Depois disso, dificilmente, eu voltaria a sorrir.
Jesus carregou aquela cruz sem reclamar, sem gemer de dor e cansaço, um verdadeiro herói. Aguentou firme, passou sede. Aqueles espinhos que colocaram em sua cabeça estavam doendo muito. Ele não se queixava, mas, eu percebia no seu semblante, tanto que escorria sangue em seu rosto. Eu peguei o meu manto (véu) e sequei seu rosto para que pudesse enxergar melhor. Foi quando um romano perguntou meu nome. Lembrei que eu não podia dizer meu nome, senão saberiam quem eu era. Jesus olhava-me apreensivo. Então eu disse:
–Verônica! (Foi o nome que me veio à cabeça na hora).
Jesus me olhou satisfeito por eu não ter revelado meu nome verdadeiro. Assim, salvei minha vida e de nosso filho.
Quando chegamos ao local onde Jesus seria crucificado, Maria e João pediram para eu ficar um pouco mais distante de Jesus, senão os guardas poderiam desconfiar de quem eu era de fato. Obedeci com tanta dor, por serem os últimos minutos de vida de meu marido e os últimos momentos ao lado Dele. Quando começaram a pregá-lo na cruz, foi a única vez em que Ele gritou de dor. Eu chorei, fiquei aos prantos, perdi as forças. Doeu vê-lo daquele jeito. Eu implorei para que eles parassem, mas, eles não me ouviram. Quando Jesus deu seu último suspiro eu sabia que eu nunca mais voltaria a sorrir, porque Ele levou um pedaço de mim consigo. Eu fiquei incompleta. Esperei todos irem embora, Maria e João e todos que ali estavam.
Quando não restava mais ninguém, eu fiquei embaixo da cruz, chorando, lembrando de nós dois juntos, de nosso casamento, de como éramos felizes, nosso amor. Permaneci lá abraçada na cruz e passei o dia todo e a noite toda. Pela manhã, vieram retirar o seu corpo da cruz para levá-lo ao sepulcro. Eu decidi comprar o melhor óleo perfumado para ungir o corpo de meu marido. Isso era um costume: as viúvas ungirem seus maridos após sua morte. Pensei: o dever me chama, vou ficar novamente com meu marido. Vou ungir seu corpo e deixá-lo perfumado.
Mais animada, fui comprar o óleo. Não tinha dormido, mas, não havia cansaço, nem sono. Encontrei Maria que estava à minha procura. Contei a ela que passei o dia e a noite toda abraçada na cruz de Jesus, em baixo de seu corpo. Ela ajudou-me a escolher o óleo. Eu estava ansiosa para ungir meu marido. Eu só tinha que esperar amanhecer.
Finalmente amanheceu. Peguei o óleo e fui correndo para o meu marido. Fui ao sepulcro onde estava sepultado seu corpo. Lá chegando, assustei-me com o que vi: o sepulcro aberto, a pedra enorme que fechava a gruta estava do outro lado. Corri para dentro. No local onde colocaram o corpo de Jesus só havia o pano de linho branco que o envolveram, o qual estava com sangue, e lá havia dois anjos que me olhavam sem dizer nada. Eu, também, permaneci em silêncio. Fiquei com medo. Resolvi sair dali e, chegando à entrada do sepulcro, apareceu outro anjo, este mais iluminado e belo. Olhou-me com doçura e disse:
– Ele ressuscitou, vá e diga a todos.
Eu perguntei:
– Qual é o seu nome?
Ele disse:
– Sou Rafael.
Corri para contar a Maria que acreditou em mim, juntamente com outras mulheres que estavam com ela. Depois, fomos contar aos apóstolos que Jesus havia ressuscitado. Ninguém acreditou em mim e nelas. Acabei não contando sobre os anjos, nem que um deles se chamava Rafael e que falou comigo, pois, pensei, eles achariam que eu havia ficado doida. Acabei pensando que eu não estivesse muito bem da cabeça e, por isso, estaria tendo alucinações. Então, voltei para o sepulcro. Chegando lá, só avistei o linho com sangue Dele. Debrucei-me numa pedra e chorei, pensando sobre o porquê levaram o corpo de meu marido.
Foi quando Jesus me falou:
– Maria, por que você chora?
Eu disse:
– Porque o corpo de meu Rabi sumiu e eu queria ungi-lo.
De início, eu não reconheci sua voz, só depois. Estava iluminado, grandioso e acompanhado do anjo Rafael. Fiquei tão feliz. Meu marido vivia, mostrou para nós que há vida após a morte. Eu quis tocá-lo, mas, Ele disse que não era possível.
Depois disso Ele apareceu para os apóstolos e para outras pessoas.
Passaram alguns dias e algumas pessoas começaram a comentar que Jesus havia aparecido para eles. Eu comecei a ficar triste, sentida, afinal, eu era a esposa e tinha um filho dele no ventre e para mim ele não aparecia mais. João me buscou para ir ao monte aonde Jesus iria ascencionar. Assistimos à sua ascensão. Foi tão mágico. Jesus era, realmente, o rei, o filho amado de Deus. Quando o vi envolto de tanta luz, fiquei tão feliz. João e eu saímos dali cheios de esperança e fé e destinados a espalhar os seus ensinamentos.
João tornou-se meu irmão e eu a sua irmã e Maria a nossa mãe. Um cuidava do outro, junto com os apóstolos, pois, éramos perseguidos e corríamos risco de morte. Minha barriga cresceu, um pedacinho de Jesus vivia em mim.
Quando eu estava no sétimo mês, pensei: por que Jesus nunca mais apareceu para mim, será que me esqueceu? Eu comecei a chorar quando ouvi sua voz dizendo:
– Maria eu estou sempre te observando e te protegendo. Cuide de nosso filho. Eu amo você.
Eu sorri, coloquei a mão na minha barriga, fiquei tão feliz. Jesus amava-me, não tinha esquecido de mim e nem de nosso bebê.
Chegou o dia em que meu bebê nasceria. Tive contrações. Maria e uma parteira iriam ajudar o bebê a nascer. O que parecia fácil, foi tão difícil. O bebê não conseguia nascer. Cada vez mais eu estava perdendo as forças. Maria e a parteira conversavam baixinho. Eu não conseguia ouvi-las. Imaginava que estavam falando de mim. Estavam com o semblante de preocupação. Então, elas afastaram-se de mim para poderem conversar. Enquanto isso eu descansava. Uma luz forte surgiu pela porta e eu vi Jesus. Não sei como, consegui dar à luz ao nosso filho, fiquei tão feliz. Jesus sentou do nosso lado e, triste, ficou olhando para nós. Depois, foi embora. Com isso chegaram Maria e a parteira, espantadas, por me verem com meu filho no colo. Maria perguntou como tinha nascido o bebê. Eu disse que Jesus tinha feito o meu parto e elas ficaram surpresas.
O bebê era tão parecido com o pai. Todas as tardes Maria cuidava de meu filho para eu poder pregar o evangelho e disseminar a palavra de Jesus. Eu fazia isso para mantê-lo ‘vivo’ através de suas palavras.
Muitas vezes João vinha visitar-nos, a mim e meu filho. Ele estava escrevendo e muitas vezes eu ajudava a escrever e lembrar-se de frases ditas por Jesus. Foi quando João escreveria que eu era esposa de Jesus. Eu não o deixei fazê-lo. Queria que todos achassem que Jesus nunca se casara. João disse que eu não deveria ocultar algo tão importante da vida de Jesus. Entretanto, como esposa Dele, decidi que seria assim e pedi que avisasse a todos os apóstolos para que não mencionassem nas escrituras que Jesus foi casado, para que Ele tivesse a imagem até hoje imaculada de grandioso e santo. Não que Ele não seja tudo isso, mesmo sendo um homem normal como todos os outros.
João conseguiu avisar alguns, outros acabaram não sendo avisados. Algumas passagens, modificamos. Eu adorava palestrar os ensinamentos do mestre Jesus. As pessoas ficavam encantadas com as palavras ditas por Ele. Fazíamos isso às escondidas: havia romanos sempre nos perseguindo e caçando. Depois de longas palestras eu voltava para casa feliz porque encontraria meu bebê que passava todas as tardes em companhia da sua avó Maria e que o amava tanto quanto eu.
Numa tarde, ao chegar em casa, encontrei o meu filho, que já começara a dar os primeiros passos, morto nos braços da avó, a qual, ao lado do berço, chorava muito e do outro lado um homem (era um curador, um médico da época). Quando me viram, disseram que ele teve uma febre alta que não cedeu, o que o levou à morte. Ele era tudo que tinha restado do meu marido Jesus. Aconcheguei-o em meu colo. Estava com o corpinho mole, sem vida. Perguntei-me por quê? Por que meu bebê se foi, também?
Depois desse dia, eu nunca mais fui feliz. Maria, sempre do meu lado, dando-me forças. Ela, também, conhecera a dor de perder um filho e ajudou-me muito a superar essa dor. O pano que tinha coberto o corpo de Jesus, de linho branco e o manto com que enxuguei o rosto dele, eu os guardava comigo. Nunca tinha lavado, mesmo com as manchas de seu sangue. Agora, também, guardava as roupinhas de meu bebê. A minha vida estava resumida às lembranças, ao tempo em que continuava pregando os ensinamentos de Jesus. Maria tinha morrido e eu ficara sabendo que alguns apóstolos eram perseguidos e mortos com muita crueldade pelos romanos. De João não tive mais notícias. Isso foi deixando-me cada vez mais triste, levando-me a decidir morar em uma caverna, em uma gruta, somente orando, rezando, até que chegasse a minha ora de morrer.
Quando chegou minha hora de partir, fui para fora da gruta respirar ar puro e dei meus últimos suspiros: uma morte tranquila. Um anjo veio buscar-me e levou-me. Disse-me que naquele lugar iriam fundar uma igreja em meu nome. Fiquei feliz e admirada por isso. Será que eu merecia tal homenagem? Depois disso ele levou-me até o céu: existe um portal entre a Terra e o mundo de Deus. Quando nós chegamos ao céu, Jesus estava à minha espera. Sorrindo, abraçou-me. Enfim, estávamos juntos novamente. Jesus e eu somos casados no céu, na Terra e no universo todo. Sou sua chama gêmea, complemento divino.
Não importa como Jesus foi. O que importa é o que ele ensinou. Ele é um exemplo a ser seguido: isso é que deve ser observado por todos. Foi um pedido Dele para que eu escrevesse isso.”
Em meu site e nos livros: “Evangelhos Apócrifos e o Jesus real” e “Amor & Conhecimento” entre outros, apresento mais informações sobre a especial ligação de Jesus com Maria Madalena, com base em revelações extraídas de evangelhos apócrifos e de dois de meus encontros astrais com Jesus, num dos quais, Ele se apresentou com Maria Madalena, pois, como me foi revelado, ambos vivem juntos em elevada dimensão do plano astral.
Luz, amor e conhecimento.
Moacir Sader
Mestre de Reiki Usui, Karuna e da Chama Violeta